Páginas da vida.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Adeus, meu anjo!

Oi coração. Como está se sentindo?
Minha alma, está machucada. Desde quando ele se foi, minha vida acabou, literalmente. As lágrimas já saem naturalmente, e eu perdi a minha proteção.
Eu não sei ao certo o que dizer, eu só sei que daria tudo para analisar alguns segundos aquele sorriso fortalecedor, ou então para ganhar aquele abraço que me trazia paz.
Sabe coração, eu sei que você chora, juntamente comigo. Mas, desta vez, nós perdemos, não é?
Perdemos para a morte! Porque ela nos tirou ele? Porque será que insistiu em tirar a nossa razão?
Eu já não sei mais o que fazer, não sei pra onde ir. Eu... eu já não tenho mais força para viver. E se eu pudesse vê-lo pelo menos pela ultima vez, com certeza, não gastaria meu tempo dando broncas nele. Eu apenas iria olhar fixamente em seus olhos e dizer:
" Meu filho, desculpe pelas inúmeras vezes que fui fraca. Ninguém soube, mais enquanto você vagava pelas ruas, em noites frias, eu ajoelhava e orava. Eu não tinha outra alternativa a não ser pedir para Deus uma proteção especial para você. Ei, meu filho, nada foi mais lindo, e mais encantador, do que você. Obrigada por ter me ajudado. Quando você nasceu, eu descobri a melhor essência da vida. E aí, as drogas me tirou essa essência. Eu jamais vou perdoá-la. Pois, ela me tirou a razão de viver, que era você. Vai com Deus, se cuida filho. Se o tempo fechar leve a blusa, guarda-chuva. Não esqueça de se alimentar, e de beber seus remédios. Filho, não fique descalço, e não se atreva mexer em coisas que machucam! Por favor, se cuida, pra mim. Eu te amo..."
E essas palavras seriam o meu último adeus, para o meu tão amado filho, que faleceu em uma briga envolvendo drogas e um terrivel tiroteio. Eu não tenho mais forças, não tenho mais coragem para seguir em frente. Porque as drogas tirou o que o dinheiro não pode me devolver. Me tirou a minha vida, o meu filho. E isso não tem perdão.
Enquanto a morte não resolver me levar, continuarei sofrendo e me sentindo sozinha. Sem ter ninguém para acariciar, aconselhar, dizer boa noite, e dar a benção na hora em que for sair. Eu não vou ter mais a gratidão, não terei mais o reconhecimento de me dedicar. Eu vou seguir, com a força pequena que está dentro de mim, sem a certeza de que terá um novo amanhecer... A vida nos surpreende e as vezes tira a nossa essência. E quando ela nos tira alguém, descobrimos que não vale mais a pena viver. Perder um filho, é perder a alma, é continuar vagando vazio pelo mundo, sem ter para onde ir...sem ter o que fazer para sobreviver...
Texto fictício.

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