Páginas da vida.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ela era linda. Quando conheci, ela tinha apenas 15 anos. Dizem que depois dos 15 menina vira mulher, eu não tenho certeza disso. Eu só sei que pra mim, ela foi muito mais do que uma mulher depois dos 15... Enfim... Eu tenho eternas lembranças dela. Não sei se isso é o suficiente, ou se é saudável pra mim. Eu só sei que amei aquela pequena mais do que a minha própria vida ou existência. Eu ouvi falar que homens são feitos de ferro e que não devem chorar. Mais como eu poderia conter as lágrimas, vendo ela sorrir pra mim constantemente? Eu sempre desejei amar incondicionalmente. E foi assim. Nós passávamos horas conversando em um jardim ou em uma praça. Ela não parava de falar. Me contava tudo. Sobre o seu dia, seus amores, sua rotina sufocante, ilusões, apegos, defeitos e perfeições. Nunca deixou eu sequer dizer uma só palavra. Apenas dizia que estava a procura de algo que fosse pra sempre. Eu sorria, as vezes ela chorava e eu chorava junto. Ela errava, e apontava os seus próprios erros. Pra mim, ela era perfeita dentro dos seus defeitos. Apesar de dizerem por ai que homem é de ferro, eu não era. Conheci  ela com 15 anos, logo depois, nunca mais ficamos separados, ou ficamos? Os anos foram passando e ela completou 19 anos. A mulher experiente, cada vez mais linda. Os dias estavam difíceis, nós não nos encontrávamos mais... como antigamente. Tudo mudou! Ela sempre me telefonava, e me dizia coisas possíveis dentro da minha realidade. No dia 25 de dezembro de 2007 ela me ligou desesperada dizendo que não tinha muito tempo e que eu fui o grande amor da sua vida, mesmo não oferecendo um beijo. Apenas o carinho e a minha dedicação. Eu fiquei desesperado. Ela estava chorando e sua voz estava trêmula. O que tinha acontecido com a minha pequena? Eu não sei... eu realmente não sabia. Derrepente cai a ligação. Ela tinha mudado de vida, de casa, de faculdade, de cidade, de país. Como eu iria encontrar? Por onde procurar? Não restava saída a não ser chorar. É eu chorei como uma criança precisando de um colo. Estava sozinho, sem a minha pequena e linda mulher experiente. A noite veio e me trouxe o mais amargo frio de uma madrugada triste. Eu, de tanto chorar peguei no sono. Sonhei apenas com o seu sorriso fortalecedor que está em minhas lembranças até hoje. Quando amanheceu, a campainha tocou, era um buquê de rosas e uma carta. Lá estava:
- Meu amor você veio na hora certa, veio iluminar os meus últimos anos. Eu lhe agradeço muito por ter sido diferente e real. Você foi perfeito. Saiba que eu não queria saber sobre você. Queria apenas que você lembrasse de mim. Na verdade eu quero ser eterna. Enfim... Meu ursinho, quando eu completei 15 anos descobri que tinha câncer. Foi assustador. Eu não quis lhe contar, porque sabia que você desistiria facilmente de mim. Por isso esperei acontecer, para apenas lhe dizer um adeus meio amargo. Desculpe meu amor, eu só tive uma única certeza nessa vida: eu te amei mais do que a mim mesma. Nunca revelei. Porque tinha medo de não ser correspondida. Me desculpa simplesmente por querer te amar eternamente? Eu sempre vou estar com você, porque o nosso amor vai além da vida. Meu pequeno homem experiente.
Ao ler a carta as lágrimas caiam desesperadamente sobre o meu rosto. Eu apenas paralisei: A minha pequena partiu sem ao menos despedir. E agora? Eu não sabia o que fazer, estava fora de mim, fora da minha existência ou, sobrevivência.
Os dias passavam e me sufocavam, eu nunca mais tive noticias da onde ela se encontrava naquele momento. Não sabia onde estava o corpo, que ela dizia me pertencer. Eu não sabia o motivo da doença. Porque ela alcançou a minha pequena? Porque? Justo a minha pequena menina indefesa? Porque? Tantas perguntas que até hoje não encontrei respostas. Decidi, então apenas escrever um bilhete. Ele está guardado dentro do meu bolso. Levo comigo todos os dias. As palavras são apenas estas:
- Quando eu me perdi ela apareceu. Restaurou em mim, o que havia morrido. Ela foi uma luz. Quando ela se foi, eu perdi o meu chão, mais continuei amando verdadeiramente. Porque eu sei que a onde quer que ela esteja, o meu amor poderá alcança - lá. Hoje, caminho, feliz. Embora ela não esteja comigo, eu tenho lembranças de que ela simplesmente existiu, e vai continuar existindo aqui dentro de mim. Se eu pudesse dizer algo pra ela? Diria apenas: Obrigado minha doce mulher imortal
Ps. Desculpe pelo tamanho do texto!
  texto fictício

6 comentários:

Lídia Pauletti disse...

tocante e profundo, liindo *--*

já estou seguindo!
Beijos querida e obrigada por seguir meu blog :D

Nini C . disse...

Nuss, perfeito. Gostei principalmente do final. Não devemos ficar tristes pelas coisas terem acabado e sim felizes por elas terem acontecido. O que é difícil, mas o tempo sempre ajuda. Estou seguindo. Beijos.

M.C. disse...

obg pelo comentario no meu blog *-* estou te seguindo fofa,bjs

Arnoldo Pimentel disse...

Muito lindo e emocionante seu texto, gostei muito.Parabéns e tudo de bom pra você,beijos.

Carol Lago disse...

amei o blog, segui (:

LAÍS ANJOS disse...

Obrigada por seguir ;D
Tbm estou seguindo - wee
Ah, lindo blog.
Lindo texto!
E não precisa pedir desculpa pelo tamanho.
Você se expressa bem! - wee

P.s. Amei você ter divulgado os blog's que copiaram seus textos, também sofro desse 'mal' :( - Pessoas sem criatividade, usam minhas palavras por ai.

beijos, @lalyanjos

http://anjoslaly.blogspot.com/