Páginas da vida.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Apesar de tudo - Parte 2

Em uma noite qualquer eu estava novamente ajoelhada perguntando-me o motivo de tanto sofrimento, logo em seguida, eu me rendi e, o sono me pegou, então eu deitei-me em minha cama, e logo adormeci. Acordei no meio da madrugada para tomar água. Foi quando meu pai chegou caindo de tão bêbado. Eu então ajudei - o a entrar. Ele agarrou em mim e começou a chorar. Espera aí! Meu pai é de ferro, nunca chorou. - E agora? Como reagir com um homem forte, quer dizer, agora fraco e indefeso na minha frente? -  Pensei eu. Eu não aguentei, segurei em seu rosto, ele então olhou fixamente em meus olhos e disse arrastado de tanta embriaguez:
 -  Minha querida filha, você não tem culpa dos meus erros, muitas vezes eu depositei em você cargas, que eu deveria ter carregado sozinho. Eu te entristeci e sou o pai mais hipócrita do mundo, eu nunca te dei o amor que você sempre mereceu. Sinto-me incapaz de ser um bom pai, então vejo a minha única saída na embriaguez, porque no fundo eu sei que você só tem vergonha de mim. Aliás, quem tem orgulho de ter um pai bêbado? Eu só queria lhe oferecer uma conversa de pai pra filha, uma conversa de proteção, ou então brincadeiras, e sorrisos verdadeiros. Eu te acordar e dizer “ bom dia” ou então te colocar na cama e dizer “ Dorme bem, minha querida, Dorme com Deus” . Porém eu nunca fui capaz de fazer isso, com a minha única filha, eu nunca fui forte o suficiente, e quando eu agia como o tal, por dentro eu me sentia despedaçado. Chorando e gritando, mesmo assim, eu nunca tive coragem de expressar o meu amor de pai pra você. Eu nunca te dei nada, além do meu próprio sangue... Eu só queria ser o seu orgulho!
Eu comecei a chorar desesperadamente e abracei-o. O cheiro da cerveja misturada com tantas outras bebidas, estavam me machucando por dentro. Meu pai?! Indefeso?! Como?! Entre o abraço, eu sentia suspiros de culpa e de arrependimento. Eu estava ali, com o meu herói nos braços. Com o fortão, que brigava com a minha mãe. Que passava noites com outras mulheres e, que no fundo me amava. Eu então, olhei para ele e disse que não existia no mundo motivo pra deixar o amor se esgotar. E que apesar dos erros incontroláveis dele, eu ainda amava-o, com todas as minhas forças. Ele chorou, mais um pouco, e pediu-me para levá-lo em seu quarto. Eu não conseguiria  sozinha, então chamei minha mãe e, juntas deitamos ele na cama. E o mesmo adormeceu. Minha mãe pediu-me para ir deitar, porque já era 4 da manhã. Eu não tive escolha. Deitei-me e entre tantos pensamentos e choro, eu adormeci. E, depois de uma noite triste, amanheceu. Depois de surpreender-me eu acordei, levantei, e...

6 comentários:

Anônimo disse...

Sofrimento toma conta, mas saiba utilizá-lo para beneficio. Pois tem como, se tem..
um beijo, seu blog é mto fofo!

Anônimo disse...

é preciso tirar proveito tanto dos momentos bons quanto dos ruins.

Raphaele C. disse...

Eu acho que alguns erros, certas desmotivações podem levar a gente a procurar algo melhor... Pelo menos comigo é assim. Certas coisas que acontecem na minha vida, me motivão a correr atrás de algo melhor.

Beeijos! :*

Andressa Tavares disse...

chorei muito por causa do pai ._.
lembrei do meu, da relação que ''tenho'' com ele ...
é triste isso

lindo o texto flor

Anônimo disse...

Bom final de semana querida.

Ellen Cristiane disse...

Muito lindo seu blog, lindos textos, belas imagens parabéns! Te seguindo.